May 26th, 2008 Paulo Pedott
Neste segundo post sobre cartazes, gostaria de falar sobre uma “escola” sensacional, a italiana.
Cartazes Italianos são um capítulo à parte na história deste meio de comunicação comercial, e por isto ganharam um post exclusivo.
Italia – 1921 – Plinio Codognato – Vini di Lusso
Cartaz semelhante ao estilo Provençal Francês com ilustração “realista” e cores saturadas.
Profundamente identificados por suas peças para bebidas, os cartazes italianos se caracterizam por um visual bem mais Art Dèco que seus contemporâneos. Refletindo ainda o “supracromatismo”, ou seja a alta saturação de cores nas imagens; os cartazes italianos avançam no estilo e fogem da estética “provençal” que marca os cartazes franceses da época, passeando livremente por diversos estilos artísticos e refletindo suas características. Podemos encontrar traços do Futurismo, Art Dèco (já citada) e até mesmo elementos do Cubismo.
Entre muitos expoentes desta mídia se destaca a obra do artista Leonetto Cappiello (1875 – 1942), que em suas peças para a indústria de bebidas deixou uma marca inconfundível.
França – 1921 – Leonetto Cappiello – Grand Bal Masque
Cartaz de transição de Cappielo passando de um estilo mais naturalista para uma orientação mais Dèco
Italia – 1940-1950 – Leonetto Cappiello – Lana Borgosesia
Cappiello em um belo exemplar de cartaz Dèco profusão de cores saturadas mas com nuances de graduação cromática (as sombras dos novelos atenuam a intensidade das cores)
Italia – 1921- Leonetto Cappiello – Bitter Campari
Uma imagem = Uma idéia, a essencia do trabalho de Cappiello aqui fica muito clara, ao demonstrar que o produto é tão natural como se fosse encontarado ao descascar uma laranja.
França – 1907 – Leonetto Cappiello – Le Thèrmogene
Talvez um dos cartazes mais conecidos de Cappiello, este le Thérmogène sintetiza sua obra, na saturação das cores, na caricatura (pierrô que cospe fogo) e na tipologia Grotesca ou sem serifas.
França – 1938- Leonetto Cappiello – Mossant
Outro exemplo que foge às características de Cappiello, o cartaz para os chapéus Mossant parece passear pois dois estilos diferentes, o Art-Dèco, em função de sua tipologia e o estilo Sachplakat (ou poster-objeto), surgido na Alemanha entre o início do século XX e que se estendeu até a Primeira Grande Guerra, cujo grande expoente foi Rudi Erdt.
? – 1950- ? – Miscela Leone
Curioso cartaz (as vezes atribuído à Cappiello) que em função de seu design realmente não parece ter sido criado em 1950. Porém se percebe cores mais suaves e a ausência da figura humana, tão comum na obra do artista. Note que este cartaz é comumente datado de 1950, sendo que o atribuído artista faleceu em 1942.
Italia – 1950 – Gino Boccasile – Ceramica Pozzi
Profundamente identificado com a imageria Facista italiana no periodo da Segunda Grande Guerra, Boccasile produziu uma extensa obra de cartazes de guerra (aos quais abordaremos em seguida) como propaganda. Curiosamente a figura de bebês é também grandemente recorrente em sua obra, como a que vemos no exemplo.
Italia – 1928 – Federico Seneca – Buitoni
Gracioso exemplo de cartaz no estilo Art-Dèco, est cartaz das massas Buitoni trazem as características típicas do período: tipologia pesada, projeção de relevo e figuras grandemente estilizadas.
Italia – 1925 – Marcello Nizzoli – Campari
Não apenas criador destas espetaculares peças para os então fabricantes do aperitivo Campari, Marcello Nizzoli também foi designer de produto das empresas Ollivetti, tendo alcançado grande destaque ao projetar o modelo Lettera 32 da marca italiana. Nestes dois exemplos podemos notar uma pouco usual (no contexto italiano) utilização de perspectiva, a qual seria plenamente utilizada alguns anos mais tarde na obra de A.M.Cassandre.
Italia – 1925 – Marcello Nizzoli – Campari
Italia – ? – Marcello Dudovich – Strega
Outro raro ezemplo de cartaz “realista” italiano onde a iluminação tenta reproduzir a realidade de forma dramática. repare na representação quase fotográfica do produto em primeiro plano.
Brasil, 2008, Paulo Pedott
Estudo sobre obras de Fortunato Depero.
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